
Eu fui uma (das poucas) pessoas que subestimaram Battlestar Galactica. Subestimei, mas nunca deixei de admira-la. Os motivos? A polêmica finale da 2ª temporada. Não consegui entender o porquê da drástica mudança de narrativa onde ainda poderíamos ter excelentes histórias com a Galactica ainda nos céus. Juro por deus, não acreditava numa volta por cima.
Mas para calar a boca de todo mundo, a season premiere da 3ª temporada foi uma aula de como fazer um inicio de temporada genial. Não faltou ousadia num roteiro politicamente incorreto. A forma que somos introduzidos a nova narrativa e a importância do roteiro é algo fora do comum. Vai ter metáfora política lá longe.
E é com essa nova fórmula que Galactica só melhora a cada episódio. Mudar nunca foi tão bom. É evolução atrás de evolução, surpresas atrás de surpresas. Mas foi em seu 13º episódio que a série atingiu sua excelência suprema. Fiquei encantado com a qualidade das atuações e da notável qualidade do roteiro. Mary McDonnel (Laura Roslin) faz um trabalho excepcional, entre as melhores da atriz. Jim Callis faz um Gaius Baltar incrivelmente bom. Estava irreconhecível. Fazia tempo que não víamos uma atuação marcante do ator. O roteiro foge totalmente da temática dos episódios anteriores e se focaliza na resolução dos mistérios envolvendo Baltar. As vidas pessoais de alguns personagens também ficam em evidência mesclando de forma precisa a alta dramaticidade do episódio.
A série perdeu aquela essência das primeiras temporadas onde tínhamos as naves de combate sempre no ar se defendendo dos incansáveis Cylons. Mas garanto que essa é só um mínimo detalhe. Depois de alguns episódios nem se lembrará mais desta característica. Mudança é sinal de esgotamento, e em Galactica foi o fôlego que faltava para ser tornar a melhor série da atualidade. É a mais ousada, a mais criativa, a mais elogiada e a mais subestimada dentre o turbilhão de séries em exibição.
Portanto eu lhes peço: Assistam a série pelo amor de deus.